quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Alergia ao sol


A alergia ao sol é uma reacção do sistema imunitário à luz solar e, na maior parte das vezes, consiste numa erupção cutânea vermelha e pruriginosa. As localizações mais comuns incluem o decote, a face dorsal das mãos, a superfície externa dos braços e a porção inferior das pernas. Em casos raros, a reacção da pele pode ser mais grave, com aparecimento de urticária ou pequenas bolhas, que podem mesmo estender-se à pele protegida pela roupa.
A fotossensibilidade é desencadeada por alterações que ocorrem na pele exposta ao sol, mas não são claras as razões desta reacção. No entanto, o sistema imunitário parece reconhecer alguns componentes da pele alterada pelo sol como “estranhos” e o corpo activa as suas defesas imunitárias contra estes componentes. Como resultado, produz-se uma reacção alérgica que toma a forma de uma erupção cutânea, pequenas bolhas ou, mais raramente, outras formas de alterações cutâneas.
A alergia ao sol ocorre apenas em certas pessoas sensíveis e pode ser activada por uma breve exposição à luz solar. Os cientistas não sabem exactamente porque algumas pessoas desenvolvem alergia ao sol e outras não, embora haja evidência de que algumas formas de fotossensibilidade são hereditárias.
Eis alguns dos tipos mais comuns de reacções de fotossensibilidade:
  • Erupção actínica polimórfica ? A erupção actínica polimórfica, que consiste numa erupção cutânea pruriginosa na pele exposta ao sol, é a segunda causa mais comum de problemas cutâneos relacionados com o sol, logo após a queimadura solar. Afecta mais mulheres do que homens e surgem habitualmente em adultos jovens. Nos climas temperados, a erupção actínica polimórfica é rara durante o inverno mas comum durante os meses de primavera e verão. Em muitos casos, a erupção cutânea reaparece todas as primaveras. Mas, à medida que a primavera avança e se entra no verão, a exposição repetida ao sol vai tornando a pessoa menos sensível à luz solar e a intensidade da erupção actínica polimórfica vai diminuindo de gravidade e, por vezes, desaparece. Embora este processo de dessensibilização dure até ao final do verão, a erupção actínica polimórfica regressa frequentemente na primavera seguinte com toda a sua intensidade.
  • Prurigo actínico (erupção actínica polimórfica hereditária) ? Esta forma hereditária de erupção actínica polimórfica ocorre em algumas pessoas com tendência genética para isso. Os sintomas são geralmente mais intensos do que os da forma clássica e iniciam-se mais cedo, durante a infância ou a adolescência. Várias gerações da mesma família podem ser afectadas pelo problema.
  • Erupção cutânea fotoalérgica ? Nesta forma de alergia à luz solar, é desencadeada uma reacção cutânea por um químico que foi aplicado na pele (muitas vezes uma loção solar, um componente de um perfume, um cosmético, ou pomada de antibiótico) ou ingerido num fármaco (frequentemente sujeito a prescrição médica). Os antibióticos (especialmente as tetraciclinas e as sulfonamidas), as fenotiazinas (usadas no tratamento de doenças psiquiátricas), os diuréticos (usados para o tratamento da hipertensão arterial e da insuficiência cardíaca) e alguns contraceptivos orais são fármacos comuns que originam reacções fotoalérgicas. Existem também descritos, alguns casos de erupção cutânea fotoalérgica com o uso de ibuprofeno  e naproxeno, substâncias usadas para o alívio de dores.
  • Urticária solar ? Esta forma de reacção ao sol produz urticária (pápulas grandes, pruriginosas e vermelhas) na pele exposta ao sol. É uma condição rara, que afecta mais frequentemente mulheres jovens.

Tratamento
Se uma pessoa tem uma alergia solar, o tratamento deve começar sempre pelas estratégias descritas na secção de prevenção. Estas irão reduzir a exposição ao sol e prevenir o agravamento dos sintomas. Outros tratamentos dependerão do tipo de alergia ao sol que o doente apresenta.
  • Erupção actínica polimórfica ? Para a sintomatologia pouco intensa, a aplicação de compressas frias (por exemplo, toalhas molhadas em água fria e torcidas) ou a pulverização com água fria das áreas afectadas irá melhorar os sintomas. O doente pode também tomar um anti-histamínico de venda livre – como a difenidramina e o dimetindeno ? ou aplicar um creme que contenha cortisona para aliviar o prurido. Para sintomas mais intensos, o médico irá prescrever anti-histamínicos e cremes com corticosteróides mais potentes. Se a medicação não resultar, pode ser prescrita fototerapia, em que se tenta produzir a resistência induzida pela exposição repetida ao sol. Normalmente isto é feito no consultório do médico e usam-se 5 exposições semanais a luz ultravioleta durante três semanas. Se esta terapêutica falhar, pode ser usada uma combinação de um medicamento chamado psoraleno e exposição a ultravioletas, designada por PUVA; são ainda usados fármacos anti-maláricos e beta-carotenos.
  • Prurigo actínico ? As opções de tratamento incluem corticosteróides, PUVA, fármacos anti-maláricos e beta-carotenos.
  • Erupção cutânea fotoalérgica ? O principal objectivo é a identificação e remoção da substância causadora, seja ela medicamento ou produto de cosmética. Os sintomas podem ser controlados com cremes com corticosteróides.
  • Urticária solar — Para uma urticária solar ligeira podem ser experimentados anti-histamínicos de venda livre ou um creme anti-prurido que contenha cortisona. Nos casos mais graves usam-se anti-histamínicos e cremes de corticosteróides mais potentes, sujeitos a prescrição médica. Nos casos extremos, o médico pode prescrever fototerapia, PUVA ou fármacos anti-maláricos.
Prevenção
Para ajudar a prevenir o aparecimento dos sintomas da alergia ao sol, uma pessoa deve proteger a pele da exposição à luz solar. Podem ser experimentadas as seguintes sugestões:
  • Antes de sair, aplique um protetor solar com facto 30 ou superior e com espectro de ação largo, contra raios ultravioleta A e B.
  • Use écran total nos lábios. Existem protetores especialmente desenhados para os lábios, com fatores de proteção de 30 ou superior.
  • Limite a exposição solar quando o sol está no seu pico ? geralmente entre as 12 e as 16.30 horas.
  • Use óculos de sol com proteção contra raios ultravioletas.
  • Use calças, camisas de manga comprida e chapéu de aba larga.
  • Acautele-se com produtos cosméticos e medicamentos que possam causar fotoalergias. Estão incluídos alguns antibióticos, alguns anticoncetivos orais e medicamentos psiquiátricos, para a hipertensão arterial e para a insuficiência cardíaca. Se está a tomar alguma medicação e passa muito tempo no exterior, pergunte ao médico se deve ter alguma precaução em especial e se deve evitar a exposição solar enquanto se encontrar medicado.

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