segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Gripe



Doença infecto-contagiosa causada por um dos três tipos do Influenzavirus. Transmitida pelas vias aéreas, a gripe causa quadro clínico variável, normalmente caracterizado por febre intensa, dor de cabeça e de garganta, coriza, cansaço, inflamação das mucosas e das vias respiratórias, tosse, dores musculares e sensação ou tremores de frio. Em geral, a doença pode durar de três a sete dias e o tratamento é sintomático, variando de caso a caso.
Tratamento
Existem quatro drogas liberadas para o tratamento da gripe (amantadina, rimantadina, zanamivir e oseltamivir). Apenas as duas últimas drogas têm ação contra os dois tipos de vírus que habitualmente causam a doença em seres humanos (influenza A e B). A eficácia destas medicações, que têm alto custo, depende do início precoce do tratamento (até o segundo dia das manifestações).
Os antitérmicos e analgésicos podem ser utilizados para controlar as manifestações, principalmente a febre e a dor, porém são destituídos de ação contra o vírus da gripe. A utilização de medicamentos que contenham em sua formulação o ácido acetil-salicílico (AAS®, Aspirina®, Doril®, Melhoral® etc) não é permitida em crianças com gripe, pela possibilidade de Síndrome de Reye. Esta síndrome, rara e de alta letalidade, está associada ao uso do ácido acetil-salicílico durante infecções virais em crianças e é caracterizada por comprometimento hepático e neurológico.
As complicações bacterianas, quando ocorrem, devem ser tratadas com antibióticos apropriados. O Staphylococcus aureus, uma das principais causas de infecção secundária na gripe, deve ser sempre incluido entre as causas prováveis da pneumonia bacteriana, até que se demonstre (Gram de escarro, hemoculturas) com segurança o agente etiológico.
Prevenção
A vacinação é a principal forma de prevenção contra a gripe. Mas é muito difícil produzir um imunizante contra um vírus com grande capacidade de mutação. Você pode pensar na vacina como uma pequena armadilha: ao mudar de forma, o vírus consegue escapar ao seu encaixe e não é mais capturado.
Então uma pessoa pode ficar doente mesmo tendo se vacinado? No caso da gripe, pode. Ainda assim a vacinação é importante pois, além de proteger contra os tipos e variantes mais comuns, confere imunidade relativa em relação a algumas das novas formas assumidas pelos vírus.
São dois os meios pelos quais os vírus mudam de forma. O chamado rearranjo gênico (antigenic shift, em inglês) acontece somente com o FLU A: por esse processo, material genético de uma variante animal e de uma humana se misturam, habilitando a variante, até então só capaz de infectar animais, para afetar também seres humanos. Já o desvio gênico (antigenic drift, em inglês) acontece nos três tipos de vírus causadores da gripe: um erro durante a multiplicação do vírus dentro das células resulta na alteração de algum de seus aminoácidos – cadeias de moléculas que formam as proteínas. Embora seja possível, não é comum que as alterações provocadas por meio do desvio gênico levem o vírus a cruzar a barreira entre as espécies. Ao contrário das alterações provocadas pelo rearranjo gênico, as alterações surgidas a partir do desvio gênico costumam ser pequenas.
Imunidade relativa é justamente a resistência que o organismo desenvolve aos vírus que mudaram de forma por meio do desvio gênico. Ou seja, mesmo não ficando totalmente presos na armadilha, os vírus mutantes têm seus movimentos limitados pela vacina. O resultado? Quando surge, a infecção é sempre mais leve do que seria caso a vacina não tivesse sido tomada.
Buscando aumentar a eficácia das vacinas contra gripe, os pesquisadores também as atualizam todos os anos. Hoje em dia, as vacinas incluem as variantes h6N1 e h2N2 do FLU A e o FLU B – atuais vírus em circulação no mundo.
No Brasil, anualmente é organizada uma campanha nacional de vacinação contra gripe voltada especialmente para maiores de 60 anos. Sabe por que os idosos são o público alvo dessas campanhas? Porque são eles os que têm mais facilidade para desenvolver complicações associadas à gripe: o sistema de defesa do organismo perde sua vitalidade conforme envelhecemos, ficando mais fraco para combater as infecções.
Pessoas com doenças crônicas do coração, do pulmão, dos rins e portadores de HIV/Aids também devem tomar a vacina, pois apresentam o sistema imunológico fragilizado e uma gripe pode piorar seu estado de saúde. Crianças de até dois anos também, já que as defesas do organismo ainda não estão completamente formadas nessa idade.
Em períodos de epidemia, alguns cuidados simples como evitar aglomerações e isolar os doentes também ajudam a prevenir o contágio e a conter o surto de gripe.

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