É uma doença infecciosa, de evolução que tende a cronicidade, não contagiosa, causada por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania e transmitida por insetos hematófagos genericamente designados flebótomos. Trata-se de uma zoonose, pois tem como reservatórios animais silvestres picados pelos flebotomíneos.
O homem é infectado acidentalmente quando invade o ecossistema do protozoário, em atividades de extrativismo ou na implantação de projetos agrícolas em áreas recentemente desmatadas. É endêmica na Região Amazônica, com significativa incidência. É caracterizada pelo polimorfismo lesional, comprometendo a pele, comumente manifestando-se como uma lesão ulcerada, única ou múltipla, medindo entre 3 a 12 cm de diâmetro, com bordos elevados, "em moldura de quadro", base granulosa e sangrenta, frequentemente associada à infecção bacteriana secundária.
Dependendo das espécies de Leishmania e de fatores imunogenéticos do hospedeiro podem ocorrer lesões mucosas e cartilaginosas, que geralmente inicia-se na mucosa nasal, surgindo coriza e sangramento nasal, evoluindo para perfuração do septo e destruição da fossa nasal, mucosa, cartilagem e nos casos mais severos compromete o assoalho da boca, língua, laringe, traquéia e brônquios, com mutilações graves, podendo afetar as funções vitais levando ao óbito.
O diagnóstico é clínico, baseado nas características das lesões cutâneas e laboratorial através dos seguintes exames: raspado da borda na úlcera, isolamento do parasita em cultura, isolamento do parasita em animais de laboratório ("hamster"), Intradermoreação de Montenegro, imunofluorescência indireta e exame anátomo-patológico da lesão.
No tratamento da Leishmaniose Cutâneo-Mucosa as drogas de primeira escolha continuam sendo os antimoniais pentavalentes, ou seja, meglumina antimoniais pentavalentes, ou seja, meglumina antimoniato e stibogluconato de sódio.
Em caso de insucesso com estas substâncias pode-se utilizar outras drogas como Anfotericina B e Pentamidina. Todas são de administração injetável, com várias aplicações, dificultando a adesão dos pacientes. Fatores imunogenéticos podem retardar consideravelmente a cicatrização das lesões. As condições eco-epidemiológicas da Amazônia não permitem a instituição de medidas profiláticas adequadas. Não existe vacina disponível para uso clínico.
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