Câncer de próstata é uma doença na qual ocorre o desenvolvimento de um câncer na próstata, uma glândula do sistema reprodutor masculino. Ocorre quando as células da próstata sofrem mutações e começam a se multiplicar sem controle. Estas células podem se espalhar (metástase) a partir da próstata em direção a outras partes do corpo, especialmente ossos e linfonodos. O câncer de próstata pode causar dor, dificuldade em urinar, disfunção erétil e outros sintomas.
As taxas de incidência deste tipo de carcinome variam amplamente no mundo: o câncer é menos comum no sul e leste da Ásia e mais comum na Europa e Estados Unidos. O câncer é menos comum entre homens asiáticos e mais comum entre homens negros.
Este tipo de câncer se desenvolve mais frequentemente em homens acima dos 50 anos de idade. Ocorre somente em homens, já que a próstata é uma glândula exclusiva deste sexo. É o tipo de câncer mais comum em homens nos Estados Unidos, país em que é a segunda maior causa de mortes masculinas por câncer, atrás somente do câncer de pulmão. Entretanto, muitos homens que desenvolvem câncer de próstata não apresentam sintomas e acabam morrendo por outras causas. Muitos fatores, incluindo genética e dieta, tem sido relacionados ao desenvolvimento do câncer de próstata.
O câncer de próstata é mais frequentemente descoberto através de exame físico ou por monitoração dos exames de sangue, como o teste do "PSA" (sigla em inglês para antígeno prostático específico). Atualmente existe alguma preocupação sobre a acurácia do teste de PSA e sua real utilidade. Uma suspeita de câncer de próstata é tipicamente confirmada ao se remover uma amostra da próstata (biópsia) e examinando-a sob microscópio. Outros exames, como raio-X e exames de imagem para os ossos, podem ser realizados para determinar se o câncer de próstata se espalhou.
O câncer de próstata pode ser tratado com cirurgia, radioterapia, terapia hormonal, quimioterapia, protonterapia ou alguma combinação destes. A idade e saúde do homem, assim como a extensão da dispersão das células, aparência sob análise microscópica e resposta do câncer ao tratamento inicial são importantes em determinar o desfecho da doença. Já que o câncer de próstata é uma doença de homens idosos, muitos irão morrer de outras causas antes que uma lenta evolução do câncer de próstata possa se espalhar ou causar sintomas. Isso faz com que a escolha do tratamento a ser utilizado seja difícil. A decisão de tratar ou não um câncer de próstata localizado (um tumor que está contido no interior da próstata) com intenção de cura é um dilema entre os benefícios esperados e os possíveis efeitos danosos em relação à sobrevivência e qualidade de vida do paciente.
Tratamento
O tratamento do cancro da próstata depende essencialmente de dois parâmetros: a idade do doente e a extensão do tumor. Os doentes mais idosos, ou seja, com uma esperança de vida inferior a 10 anos, são habitualmente tratados apenas com hormonoterapia, isto é, com terapêutica de supressão hormonal já que o cancro da próstata é hormonodependente, dependendo da estimulação por androgéneos como a testosterona. Esta supressão hormonal pode ser conseguida com castração cirúrgica (remoção dos testículos) ou química (com medicamentos que inibem a produção ou a actuação da testosterona),. É um tipo de tratamento que actua apenas temporariamente (2 a 4 anos), mas que permite eventualmente a doentes desta idade morrer com o seu cancro e não do seu cancro.
Quando os doentes têm uma esperança de vida superior a 10 anos, ou seja mais jovens, devemos oferecer ao doente um tratamento com intuitos curativos, o que só é possível se a doença estiver localizada à próstata. Há apenas três tipos de tratamentos curativos para o cancro da próstata. Aquele considerado mais eficaz é a prostatectomia radical, que consiste na remoção cirúrgica da próstata e vesículas seminais. Permite uma sobrevida ao fim de 10 anos superior a 90%, mas com dois efeitos secundários importantes: algum grau de disfunção eréctil atingindo 50 a 90% dos doentes e alguma incontinência urinária, geralmente transitória, nos primeiros meses, mas que pode ser permanente entre 3 a 10% dos doentes. Em alternativa à cirurgia, alguns doentes optam por radioterapia externa, método com menor compromisso da função sexual e sem repercussões na continência urinária, mas com taxas de cura inferiores às da cirurgia e não desprovido de efeitos secundários importantes e igualmente incapacitantes, como a rectite radica, a cistite radica, ou a alteração do transito intestinal. Recentemente foi introduzido um terceiro tipo de tratamento, a braquiterapia prostática, uma forma de radioterapia intersticial, que consiste na introdução de sementes radioactivas na próstata sob anestesia). Trata-se de um método que demonstrou taxas de cura sobreponíveis às da prostatectomia radical, nos cancros bem diferenciados, mas com muito menos efeitos secundários, pelo que é cada vez mais o preferido pelos doentes. Nos EUA, onde existe há cerca de 15 anos, é escolhido por mais de metade dos doentes.
Os doentes com doença metastática (quando o cancro se espalhou para outras áreas do corpo) são tratados com hormonoterapia. A terapêutica hormonal, embora não curativa, pode levar a uma remissão de longa duração, permitindo uma excelente qualidade de vida. Contudo, com o tempo, o cancro da próstata pode progredir apesar da terapêutica hormonal. Não se sabe bem porque é que isto acontece, mas evolui para um estado designado por cancro da próstata hormono-resistente, no qual cerca de 70% dos doentes apresentam metastização óssea. O esqueleto é o principal alvo da metastização deste tipo de cancro e quando a doença chega a este estádio não há nenhuma terapêutica standard eficaz e geralmente os doentes apresentam complicações graves e incapacitantes como dores ósseas intensas, fracturas ósseas ou compressão de estruturas neurológicas, que estão associadas a uma diminuição da sobrevida. No entanto, a investigação recente nesta área tem feito grandes progressos, motivando um renovado optimismo. Nos últimos anos surgiram alguns importantes novos tratamentos, desenhando novos caminhos no tratamento destes doentes hormono-resistentes e metastizados. Para além da melhoria substancial da terapêutica da dor, através da utilização de novos analgésicos, dispomos hoje de duas novas drogas com resultados comprovados. A primeira é o ácido zoledrónico, da classe dos bifosfonatos (uma classe de drogas que ajuda a reconstruir e a fortificar o osso). Esta droga demonstrou uma importante eficácia na redução da dor óssea provocada pelas metástases, bem como uma diminuição e um atraso no aparecimento das complicações ósseas das metástases como as fracturas e a necessidade de radioterapia paliativa.. A introdução do ácido zoledrónico consistiu num novo e eficaz tratamento das complicações da metastização óssea do cancro da próstata. Estão a decorrer estudos que apontam para a possibilidade de utilização desta droga num estádio mais precoce de forma a prevenir o aparecimento das metástases ósseas em doentes de risco. A segunda droga recentemente introduzida no tratamento dos doentes hormono-resistentes é o docetaxel, um tipo de quimioterapia que demonstrou aumentar a sobrevida destes doentes de forma significativa, melhorando a qualidade de vida e constituindo uma nova esperança para os doentes hormono-resistentes.
Uma das áreas mais fascinantes no cancro da próstata é a da quimioprevenção, que consiste na administração regular de substâncias químicas, naturais ou sintéticas, com o intuito de prevenir o aparecimento e desenvovimento do cancro da próstata. Alguns produtos naturais como os licopenos (abundantes no tomate), os fitosteróides (abundantes na soja), o selénio, ou as vitaminas A e D, têm mostrado resultados promissores. Um dos estudos mais interessantes nesta área foi o Prostate Câncer Prevention Trial, que demonstrou uma redução em 25% do risco de desenvolvimento de cancro da próstata nos homens que tomavam diariamente 5 mg de finasteride, uma droga que inibe a actividade da testosterona a nível prostático, já usada há muitos anos na hiperplasia benigna da próstata. Um outro estudo, o estudo REDUCE, procura mostrar resultados semelhantes com outra droga: o dutasteride. Os resultados são esperados este ano. Trata-se, sem dúvida de uma área de futuro na oncologia, que apenas agora dá os seus primeiros passos.
Concluindo, apesar do cancro da próstata ser muito frequente, dispomos hoje de muitas alternativas terapêuticas, mesmo nas fases mais avançadas da doença, que permitem ao doente com cancro da próstata olhar para o futuro com esperança.
Os doentes com doença metastática (quando o cancro se espalhou para outras áreas do corpo) são tratados com hormonoterapia. A terapêutica hormonal, embora não curativa, pode levar a uma remissão de longa duração, permitindo uma excelente qualidade de vida. Contudo, com o tempo, o cancro da próstata pode progredir apesar da terapêutica hormonal. Não se sabe bem porque é que isto acontece, mas evolui para um estado designado por cancro da próstata hormono-resistente, no qual cerca de 70% dos doentes apresentam metastização óssea. O esqueleto é o principal alvo da metastização deste tipo de cancro e quando a doença chega a este estádio não há nenhuma terapêutica standard eficaz e geralmente os doentes apresentam complicações graves e incapacitantes como dores ósseas intensas, fracturas ósseas ou compressão de estruturas neurológicas, que estão associadas a uma diminuição da sobrevida. No entanto, a investigação recente nesta área tem feito grandes progressos, motivando um renovado optimismo. Nos últimos anos surgiram alguns importantes novos tratamentos, desenhando novos caminhos no tratamento destes doentes hormono-resistentes e metastizados. Para além da melhoria substancial da terapêutica da dor, através da utilização de novos analgésicos, dispomos hoje de duas novas drogas com resultados comprovados. A primeira é o ácido zoledrónico, da classe dos bifosfonatos (uma classe de drogas que ajuda a reconstruir e a fortificar o osso). Esta droga demonstrou uma importante eficácia na redução da dor óssea provocada pelas metástases, bem como uma diminuição e um atraso no aparecimento das complicações ósseas das metástases como as fracturas e a necessidade de radioterapia paliativa.. A introdução do ácido zoledrónico consistiu num novo e eficaz tratamento das complicações da metastização óssea do cancro da próstata. Estão a decorrer estudos que apontam para a possibilidade de utilização desta droga num estádio mais precoce de forma a prevenir o aparecimento das metástases ósseas em doentes de risco. A segunda droga recentemente introduzida no tratamento dos doentes hormono-resistentes é o docetaxel, um tipo de quimioterapia que demonstrou aumentar a sobrevida destes doentes de forma significativa, melhorando a qualidade de vida e constituindo uma nova esperança para os doentes hormono-resistentes.
Uma das áreas mais fascinantes no cancro da próstata é a da quimioprevenção, que consiste na administração regular de substâncias químicas, naturais ou sintéticas, com o intuito de prevenir o aparecimento e desenvovimento do cancro da próstata. Alguns produtos naturais como os licopenos (abundantes no tomate), os fitosteróides (abundantes na soja), o selénio, ou as vitaminas A e D, têm mostrado resultados promissores. Um dos estudos mais interessantes nesta área foi o Prostate Câncer Prevention Trial, que demonstrou uma redução em 25% do risco de desenvolvimento de cancro da próstata nos homens que tomavam diariamente 5 mg de finasteride, uma droga que inibe a actividade da testosterona a nível prostático, já usada há muitos anos na hiperplasia benigna da próstata. Um outro estudo, o estudo REDUCE, procura mostrar resultados semelhantes com outra droga: o dutasteride. Os resultados são esperados este ano. Trata-se, sem dúvida de uma área de futuro na oncologia, que apenas agora dá os seus primeiros passos.
Concluindo, apesar do cancro da próstata ser muito frequente, dispomos hoje de muitas alternativas terapêuticas, mesmo nas fases mais avançadas da doença, que permitem ao doente com cancro da próstata olhar para o futuro com esperança.
Prevenção
A probabilidade de cura do cancro da próstata é de 90% quando detectado e tratado precocemente.
Para que assim seja é essencial que se façam exames de diagnóstico periódicos que permitam detectar a doença o quanto antes, mesmo não existindo qualquer sintoma.
Para que assim seja é essencial que se façam exames de diagnóstico periódicos que permitam detectar a doença o quanto antes, mesmo não existindo qualquer sintoma.
O cancro da próstata é assintomático no seu nível inicial e, por isso mesmo, é recomendado que os homens façam exames urológicos.
Esses exames e essas revisões devem ser feitos anualmente a partir dos 50 anos (ou dos 45, no caso de existirem antecedentes familiares).
Esses exames e essas revisões devem ser feitos anualmente a partir dos 50 anos (ou dos 45, no caso de existirem antecedentes familiares).
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