sábado, 9 de fevereiro de 2013

Síndrome de Reye


A síndrome de Reye é um distúrbio muito raro que pode lesar várias partes do corpo, especialmente o cérebro e o fígado. Por razões desconhecidas, a estrutura intracelular que produz energia (mitocondria) deixa de funcionar correctamente, desencadeando uma doença grave. Os problemas mais sérios são o edema (inchaço) do cérebro e dificuldades no processamento e na eliminação de gorduras do organismo, facto que leva a que estas se acumulem no fígado e em outros órgãos internos. A doença pode ser fatal, sobretudo se não for detectada precocemente nem tratada convenientemente.
Apesar de a síndrome de Reye poder ocorrer em qualquer faixa etária, é mais comum em crianças entre os 3 e os 12 anos de idade.
Numa situação típica, a síndrome de Reye ocorre num período de convalescença, vários dias após a criança ter sofrido uma infecção viral, como por exemplo uma gripe, constipação ou varicela. Também pode desenvolver-se durante a manifestação da doença viral, poucos dias após o início da mesma. A causa exacta da síndrome de Reye é desconhecida, mas os investigadores acreditam que pode dever-se a uma resposta anormal do organismo à aspirina (ácido acetilsalicilico) ou a medicamentos contendo aspirina tomados durante uma doença viral. Por esta razão, nunca dê aspirina ou medicamentos que a contenham a crianças com febre ou com uma doença com sintomatologia similar à gripe.

Tratamento
O tratamento a seguir dependerá dos sintomas, mas todos os doentes com síndrome de Reye devem ser hospitalizados e acompanhados de muito perto. O tratamento centra-se em proteger o cérebro da ocorrência de lesões irreversíveis, o que se consegue evitando ou reduzindo ao mínimo o edema do mesmo.
Tratamentos específicos podem incluir:
  • A administração intravenosa (através de uma veia) de fluidos contendo glucose e sais minerais
  • Recurso a medicação (por exemplo, para reduzir o edema do cérebro ou para tratar problemas causados por insuficiência hepática)
  • Ventilação assistida (inserção de um tubo através da traqueia para permitir a respiração)
Os doentes com casos mais graves da doença são normalmente tratados em unidades de cuidados intensivos.

Prevenção
Apesar de ainda não ter sido comprovada uma clara ligação entre o uso de aspirina e a síndrome de Reye, os especialistas concordam que a opção mais segura para evitar o surgimento da doença é nunca administrar aspirina ou qualquer medicamento que a contenha a crianças (esta norma deve ser salvaguardada em crianças com doenças reumatismais ou outras em que esteja medicada com aspirina pelo seu médico assistente). Leia cuidadosamente a bula no interior das embalagens. Tenha em atenção se a palavra aspirina ou outra com o mesmo significado - acetilsalicilato, ácido acetilsalicílico, ácido salicílico e salicilato – constam da composição do medicamento. Quando necessário, deve fazer-se uso de medicamentos sem aspirina, tal como o acetaminofeno (paracetamol).

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